Independentemente da idade ou história de vida, todo ser humano possui traumas que o corpo guardou, mesmo quando a memória escondeu as lembranças. Com o passar dos anos, esse processo pode acarretar uma diminuição da vitalidade, causando processos dolorosos prejudiciais ao organismo. Quando isso acontece, a microfisioterapia se apresenta como uma excelente alternativa para recuperar as forças do corpo.
Criada na França há mais de 30 anos, a microfisioterapia é uma técnica de micropalpação específica, que busca os traços deixados pelas agressões no corpo e estimula os mecanismos de autocorreção para restaurar as funções.
"O corpo humano, como qualquer organismo vivo, é dotado de capacidades para se adaptar, se defender e se reparar em caso de agressões traumáticas, emocionais, infecciosas, tóxicas ou ambientais. Quando a agressão é mais forte que as defesas do corpo, a vitalidade do tecido corporal será afetada e conservará a "memória" da agressão", explica a fisioterapeuta Claudete Stabile Romaniszen.
A técnica pode ser aplicada em todas as idades, com fins terapêuticos ou preventivos. Claudete garante que crianças e adultos podem se beneficiar dos resultados em dores crônicas, artroses, infecções de repetição, depressão, ansiedade, enxaquecas, fibromialgia, enureses, terror noturno, TDAH, transtorno pós-traumático e outros distúrbios relacionados à desregulações endócrinas. "Como não atua nos sintomas, mas nas causas, pode suplementar os tratamentos convencionais", complementa a fisioterapeuta.
Como é a sessão?
O primeiro passo é entender o motivo. Para isso, o fisioterapeuta faz uma avaliação para definir os pontos a serem estimulados. O paciente é orientado a deitar-se na maca, tirando apenas sapatos e adereços que possam impedir o deslizamento das mãos do terapeuta.
Durante a sessão são realizados vários tipos de palpação pelo corpo do paciente, com objetivo de identificar as restrições. Ao encontrar a "cicatriz" é possível revelar a data aproximada em que o evento ocorreu e o corpo interpretou como traumático.
"Os eventos podem ter ocorrido antes do nascimento, vividos pelos pais ou avós, e transmitidos pela dinâmica geracional. Outras vezes as cicatrizes invisíveis podem estar ligadas a traumas da primeira infância, que não se tem memória, mas podem estar impedindo o desenvolvimento do indivíduo", aponta Claudete.
Assim que as "cicatrizes" são encontradas e datadas, o terapeuta aplica uma técnica específica para que o corpo as elimine. A sessão dura em média uma hora e sua aplicação não apresenta efeitos colaterais. Uma orientação importante é tomar bastante água e evitar atividades de alto esforço físico.