Neste instante, esteja você onde estiver, há uma casa com o seu nome. Você é o único proprietário, mas faz tempo que perdeu as chaves. Por isso, fica de fora, só vendo a fachada. Não chega a morar nela.
Essa casa, teto que abriga suas mais recônditas e reprimidas lembranças, é o seu corpo. "Se as paredes ouvissem..." Na casa que é o seu corpo, elas ouvem.
As paredes que tudo ouviram e nada esqueceram são seus músculos. O corpo nunca esquece o que aconteceu. Na rigidez, retração e dores dos músculos, membros, ossos, diafragma, órgãos e etc, está escrita toda sua história, do nascimento até hoje.
Desde os primeiros meses de vida, você teve que reagir a pressões familiares, sociais, morais: ande assim, não se mexa, coma isso, pense assim, tira a mão daí, fique quieto, faça alguma coisa, vá depressa, onde você vai com tanta pressa?, isso não se faz, e atrapalhado, você dobrou-se como pode. E para conformar-se, você se deformou.
Seu corpo de verdade, harmonioso, dinâmico e feliz por natureza foi sendo substituído por um corpo estranho, tenso e muitas vezes dolorido. Liberte-se da programação de seu passado, nunca é tarde demais!