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Microfisioterapia é aliada da psicologia na prevenção ao suicídio
Microfisioterapia é aliada da psicologia na prevenção ao suicídio
22/11/2018

Fonte: mandaguarionline.com.br

O suicídio é a segunda maior causa de morte no mundo entre os jovens de 15 a 29 anos. Só fica atrás da violência. A cada 40 segundos, uma pessoa se mata. O dado da Organização Mundial da Saúde é alarmante. Desde 2015, durante o mês de setembro, o Brasil inteiro se mobiliza de uma forma especial para falar sobre esse tema tão importante: a prevenção ao suicídio. É a campanha Setembro Amarelo, que surgiu como uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Falar sobre a vontade de tirar a própria vida ainda é um grande tabu, que precisa ser quebrado com urgência. É uma questão de saúde pública. Estima-se que 90% dos casos poderia ser evitado com ajuda psicológica e tratamento adequado das doenças que levam ao suicídio. É preciso que essas pessoas saibam que elas não estão sozinhas e que é possível superar essa situação. “Ninguém quer morrer. A pessoa quer aliviar o sofrimento interno que está dentro dela. Ela não quer morrer, ela quer deixar de sofrer e o único jeito que enxerga para acabar com esse sofrimento é a morte. Todos nós em maior ou menor grau já consideramos essa possibilidade, da morte como escape ao sofrimento, mas quando esse pensamento se torna recorrente, frequente, isso é um problema que precisa ser tratado”, explica a psicóloga Eliana Cristina Piovesan Moreno Lopes.

Este sofrimento do qual a pessoa quer se libertar pode ser causado por remorso, ansiedade, sentimento de humilhação, culpa, depressão, bipolaridade… O tratamento, muitas vezes, requer uma ação conjunta de psiquiatras, psicólogos e até mesmo fisioterapeutas, por meio de uma técnica que está ganhando cada vez mais espaço: a microfisioterapia.

Baseada nos conceitos de memória celular, embriologia e filogênese, trata-se de uma técnica francesa de terapia manual que identifica e trata, por meio de microtoques na pele, os traumas vividos, seja de ordem física ou emocional. “Nosso organismo tem uma memória própria, construída por meio de micromovimentos imperceptíveis dos nossos órgãos e células. Com essa memória, é possível identificar as razões para a perda de vitalidade e descobrir a causa ou o trauma que explique a origem de diversas doenças e sintomas, que atrapalham a qualidade de vida”, explica a fisioterapeuta Alexandra Apreia.

Tratamento conjunto

O suicídio não pode ser atribuído a um só evento, mas é complexo, envolve vários fatores. Um caso que exemplifica a ação conjunta da microfisioterapia e da psicologia é o de um paciente de 17 anos, que foi encaminhado para o tratamento com a fisioterapeuta pela psicóloga Eliana Cristina Piovesan Moreno Lopes. O caso chegou ao consultório de terapia depois de o paciente passar por um médico psiquiatra. O jovem fazia uso de medicamentos para controle da depressão e já havia tentado tirar a própria vida. Para prevenir uma nova tentativa, a ajuda teria de ser urgente e rápida, por isso, a terapeuta buscou na microfisioterapia uma ferramenta para identificar e tratar mais rapidamente os traumas que deram origem à doença. “A dor da alma, como a depressão, não se cura com medicamento da noite para o dia como uma dor muscular. É preciso tratar o todo. O medicamento pode sufocar, camuflar a dor, mas se não falamos sobre, se não tratamos a causa, a hora que se interrompe o uso do remédio, vem tudo à tona”, diz Eliana, que atua também como coach, com formação em PNL (Programação Neurolinguística) e EMDR (do inglês Eye Movement Desensitization and Reprocessing ou Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares) infantil.

Como ajudar?

É extremamente raro que um suicídio ocorra sem sinais. Detectar os avisos pode ser a diferença entre a vida e a morte. As pessoas que têm pensamentos suicidas geralmente dão sinais e pedem por ajuda, mesmo que de maneira inconsciente. Oferecer apoio ao reconhecer esses sinais pode ser o primeiro passo para um caminho de superação do sofrimento e salvar uma vida. E é preciso ressaltar que mesmo crianças e pré-adolescentes podem ter pensamentos e ações suicidas. “É preciso estar atendo a falas como ‘queria sumir’, ‘queria pegar um caminho e não voltar mais’ ‘queria nunca mais acordar’, ‘eu queria morrer’, ‘quero desaparecer’. Elas podem ser indícios de pensamentos suicidas se forem frequentes, assim como o isolamento,” ressalta Eliana.

Falar sobre o assunto é importante para reduzir o número de pessoas vulneráveis. “Não condene. Você não sabe pelo que a pessoa está passando e nem o peso que aquela dor representa para o outro. A maneira como sentimos é diferente para todo mundo”. Fazer a pessoa sentir-se culpada só piora a situação e dizer que a vida é boa ou que é só pensar positivo pode não ajudar em nada. Escutar, apoiar e fazer com que a pessoa saiba que você está disponível para ouvi-la pode ser muito mais eficiente. E, é claro, a ajuda profissional é fundamental. “Conversar e fazer com que essas pessoas saibam que existe tratamento para essas doenças e que elas não estão sozinhas”, finaliza a fisioterapeuta Alexandra Apreia.

Fonte: U. Content.

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