A construção da memória coletiva se torna, dessa forma, responsável direta pela própria construção do ser humano, desde o seu organismo até suas relações com o ambiente e com os outros seres humanos.A morfogênese, ou seja, a modelagem dos sistemas biológicos, seria, dessa forma, regida pelas informações contidas nos campos morfogenéticos.Assim, muito além da especificação e do ordenamento do próprio DNA, a memória coletiva também se faz fundamental no processo evolutivode ativação dos genes.
O processo de diferenciação celular passa a funcionar ligado diretamente às bioinformações contidas nesses campos.Os seres vivos, muitas vezes, mesmo que inconscientemente, conseguem demonstrar de forma clara a existência desses campos e sua interação com seus próprios organismos.
Um dos experimentos mais conhecidos, utilizados por Sheldrake para demostrar esta afirmação, é conhecido como " experimento do membro fantasma".O biólogo realizou uma série de testes para comprovar a existência desses campos e, mesmo que o organismo passe por uma mudança física, essa regência invisível continua a se fazer presente.
Sheldrake detectou que uma pessoa que perdeu uma parte de um membro continua a agir da mesma forma, como se o membro ainda existisse.Uma das experiências realizadas por ele demonstra que uma pessoa que não tem parte de um braço continua a atuar como se o membro ainda estivesse presente, como se empurrasse um membro fantasma.Nesse experimento, o pesquisador colocou frente a frente duas pessoas, uma com braço comprometido e outra pessoa completamente sã, e as separou por uma fina tela.A pessoa sem o braço deveria tentar empurrar a fina tela como se o braço existisse e, do outro lado, a outra tentaria sentir o toque.
Segundo os testes realizados por Sheldrake, quando esse experimento é realizado, ambas as pessoas realmente sentem o toque.O experimento mostra que , mesmo que não haja o braço físico, no campo morfogenético ainda há sua existência, e não apenas no cérebro da pessoa que o perdeu .E, por isso, ambas as pessoas conseguem sentir como se ele ainda existisse.
Com esse e tantos outros experimentos e estudos acerca dos campos morfogenéticos, aos poucos a ciência tradicional passou a ser questionada.A construção de uma conciência coletiva reverbera a maneira como todos os seres humanos pensam, agem, relacionam-se uns com os outros e conduzem suas vidas.Uma faísca de comportamento , uma nova simples idéia pode refletir após muitos e muitos anos e interferir na realidade de gerações futuras.O dramaturgo francês Victor Hugo afirmou que " nada neste mundo é tão poderoso quanto uma idéia cuja oportunidade chegou".Uma idéia pode mudar tudo.
Assim como processos evolutivos do comportamento dos seres sao fundamentais para um crescimento positivo da vida em nosso planeta, processos negativos também podem ser difundidos ao longo do tempo.Os campos morfogenéticos poderiam ser uma das explicações , por exemplo, do surgimento de grandes doenças da vida pós-moderna, como depressão e outras enfermidades ligadas ao estado mental.
Não só por boas idéias e bons aprendizados a ressonância mórfica pode ser responsável.Assim como já nascemos com muitas informações e hábitos importantes para as nossas existências, os males da sociedade também podem se tornar ingredientes dessa conciência coletiva."A ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja pelo bom ou mal ...por isso, cada um de nós é mais responsável do que imagina, pois nossa ações podem influenciar os outros a repeti-las", afirmou Sheldrake em um artigo.A teoria dos campos mostra que nossas ações e pensamentos podem não só ser fundamentais para as mudanças em nossas vidas, como também influenciar o desenvolvimento da vida de todos ao nosso redor.
(Texto retirado do livro : Bioinformação - O elo perdido da medicina de Sérgio Areias , págs. 85, 86 e 87)