Tratando a síndrome do intestino irritável: o impacto da microfisioterapia (Grosjean D, Benini P, Carayon P. Managing irratable bowel syndrome: the impacto of micro-physiotherapy. J Complement Integr Med 2017)
O objetivo do estudo foi de verificar o efeito da microfisioterapia na prevalência e severidade dos sintomas clínicos da síndrome do intestino irritável.
Foi realizado um estudo duplo-cego, aleatorizado, controlado, em 61 pacientes (31 pacientes no grupo microfisioterapia e 30 pacientes no grupo controle) com história recorrente de síndrome do intestino irritável, que já se trataram com tratamento convencional, porém, sem resultados satisfatórios. Foram realizadas 2 sessões de microfisioterapia no grupo experimental, uma vez por mês. Durante a fase diagnóstica, um exame micropalpatório foi realizado para identificar as lesões osteopáticas primárias e secundárias. O terapeuta utilizou ambas as mãos para realizar pequenos movimentos de aproximação e separação em diferentes regiões do corpo de interesse. Baseado na profundidade da palpação e sua localização no corpo, o terapeuta pôde perceber se o ritmo vital das estruturas subjacentes estava perturbado ou não. Na fase de tratamento, o terapeuta estimulava a lesão com micromassagem na tentativa de estimular o processo de auto-cura para restaurar o fluxo de energia natural. Já no grupo controle, a fase diagnóstica e terapêutica foi imitada por uma massagem suave na região abdominal. Os pacientes foram avaliados antes da primeira sessão e pós a primeira e a última sessão.
Foi encontrada uma diferença significativa (p = 0.005) entre os dois grupos, onde, 74% dos pacientes do grupo experimental apresentaram melhoras nos sintomas após a primeira sessão de microfisioterapia, contra apenas 38% do grupo controle. Após a segunda sessão, a porcentagem de ganho foi mantida em ambos os grupos.
Os resultados alcançados no grupo que realizou a microfisioterapia podem ser explicados pela conexão que há entre o intestino (neste caso a síndrome do intestino irritável) e a embriologia. O mesoderma lateral consiste de uma camada externa, a somatopleura, na qual se desenvolve no sistema muscular periférico. A estrutura profunda, a esplancnopleura se desenvolve no tecido muscular liso como, por exemplo, os vasos sanguíneos, os cólons, os pulmões, coração, etc. Ma microfisioterapia, o terapeuta procura um desequilíbrio entre esses tecidos na qual se manifestam numa alteração na vitalidade dos tecidos do corpo.
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